quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Escrevo-me



Derramo-me junto às linhas,
ao escrever-me quero ser tudo
quero ser nada...
Sou nas linhas tinta e caneta,

sou gata, sou fada, sou bruxuleante;
sou asas de águia, sou tocante,
sou canto do uirapuru;
sou chuva, água, fogo e vento.

Sou lembrança e sou pensamento,
sou chuva e sou sol, sou musa em devaneios;
sou brilho em arrebol,
sou história inventada  ou real

de autor desconhecido...
Sou  ruído de algum sorriso,
Sou ventania, lua e mar, sou o brilho do cometa;
escrevo-me em rabiscos no infinito...

Sou tinta, sou tela,
sou orquídea amarela,
sou livro em algum canto, sou poesia e sou romance;
sou mulher que descalça corre pelas

trilhas dos jardim de flores e versos
e voo  pelo universo, sou poesia... Eu sou.
Sou açucena, a flor singela morena que ao derramar-se nas linhas
com estilo normal me elevo ao sobrenatural e, então...

Escrevo-me.



Ely Monteiro
Imagem: Google

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