Rabiscos e rascunhos,
ilustrações e textos,
detalhadas linhas
de um livro perfeito,
guardado, gerando
no útero imaginário.
Ainda são folhas
na gaveta da escrivaninha
e, a poetisa engendrando
alimenta a ânsia
de sua existência,
à espera do nascimento
do filho livro, que nas entranhas
carrega as dores, lágrimas e sorrisos
que a fazem sustentar
a espera dessa cria
que se prepara para nascer.
Dores de parto e inquietações,
noites de esperança,
dias de aflições,
contrições e contrações.
A mãe literária
está com dores de parto,
preparando os textos e o prefácio,
vestindo o filho com as roupas
do versejar da alma.
Prepara o berço poético
e canta uma canção;
embala o filho nos braços
mesmo antes do seu nascimento.
Ely Monteiro
Imagem: Salvador Dali
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