Sobre o candelabro ouro velho, a vela acesa espalhava pelo
cômodo da casa a essência perfumada,
O vento que soprava entrava pela fresta da janela, declarando
calmaria daquela noite.
Eis que passos apressados ouvem-se, batidas na janela acordando
quem dorme,
os cabelos bagunçados são presos na altura da nuca
e sonolenta ela segue até a porta...
Ao abrir depara-se com uma dama com vestido em tom carmim,
seus olhos brilhavam feito rubis...
Estendeu um pergaminho na mão e uma caneta de mil tons,
Dizendo: - Mocinha
escreva,
sou a poesia, vim te visitar, escreva do amor que vou lhe
ditar,
fale também sobre os mistérios celestes e junto a eles
escreva uma prece;
seja breve, se apresse querida, pois vou visitar poetas e
poetisas...
E saindo depressa em um redemoinho aquela mulher seguiu seus
mil destinos,
foi ao encontro dos que em dias e noite escrevem no pergaminho
com inspiração...
Dama encantada de vestido carmim, poesia infinita vestida de
cetim;
palavras infinitas olhos de rubis.
Ely Monteiro
Imagem: Google
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