E sobre a luz da lua nua me banho,
força súbita em mim... Estranho;
o desejo de tocar os céus arrancou-me do chão
e eu me vi ali nas alturas.
Conversei com a lua e ela vestida com muito requinte
entregou-me
nas mãos um convite e me disse:
- Hoje o céu está em festa, novembro é o mês de chuvas de
meteoros,
se vista menina e, estendeu-me um vestido branco que reluzia
feito diamante,
prendeu um balanço no firmamento e me ofereceu para sentar
e, eu mal podia acreditar, seria miragem ou alucinação?
A lua empurrou-me até o balanço e eu sentando-me obedeci à
lua que não parava de sorrir
e, para meu espanto as horas lá passaram depressa e a lua disse: - É hora da festa!
O firmamento todo iluminado com a chuva de meteoros, lugar
encantado;
ouvi tocando uma música celeste e os planetas girando pelo
universo,
a lua cantava ópera e as estrelas eram um coral que acompanhava
a lua num ritmo fenomenal,
a lua então me olhou sorrindo: - É hora de ir para casa,
vamos todos partindo;
desamarrou o balanço do firmamento e, eu perturbei-me na dúvida
se ia cair,
a lua acenou dizendo: -
Vá para casa! - E mandou um querubim me trazer sobre suas asas.
Na madrugada de dezoito de novembro, acordei no meu quarto
num sobressalto, abri as janelas então, chuva de meteoros e convite na mão.
Eu fui convidada para a festa dos que sonham, onde tudo pode
ser real; para aqueles que acreditam que é possível voar mesmo não tendo asas.
Ely Monteiro
Imagem: Google
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