segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Libélula



Lagos límpidos,
lampejos, luz,
loucos lábios lentos,
linguagens líricas, lacunas lendárias, lua luzente;
linhas
descrevem a transmutação do lago, ovos que flutuam, sobre eles caem brisa;
passam ali dias e noites sobre o cuidado da mãe natureza, embalados todos os dias são nos seus ternos braços;
ninfa aquática alienígena das águas, fica ali em estado de feiura, mergulhando com ternura,
se arrastando do lago doce para o caule, logo vai de uma árvore perto dela abrigar-se, vai
e, os que passam por ela sentem pavor, pois, seu corpo adulto causa horror;
fica imóvel sem querer se alimentar, nessa fase a pobrezinha deve estar em depressão
feito presa em um porão;
agarrada a este caule em solidão e sofrimento, em plena metamorfose;
passam dias, passam noites e imóvel está lá a criatura esquisita;
dias e noites vão e vem...
E, aquela criatura que no caule estava seca, deixa o corpo de alienígena,
liberta-se da prisão e mostra-se ao mundo, feito bailarina voa... Voa e gira, gira;
batendo suas asas bailarinas, leveza e beleza no lago doce...
Libélula cor de vinho suas asas brilham feito lantejoulas, na cabeça tens coroa,
com graça dispara feito luz, e, aos que te contemplam leva sorte renovação...
Beleza que seduz.


Ely Monteiro
Imagem: David Chambon

Nenhum comentário:

Postar um comentário