sábado, 29 de novembro de 2014

Flor



Flor qual foi a dor
que fez caírem tuas pétalas?
Flor,
a dor não mata,
resista a lança de quem te lança
toda maldade...
Flor está ferida? Foi demolida?
Despedaçada, flor machucada;
flor eu sou a brisa e anuncio a tua sorte,
parou a chuva e a tempestade...
Eu te anuncio a liberdade,
felicidade...
Flor eu sou a brisa, eu venho ser a calmaria
então sorria,
venha depressa.
Exala teu perfume suave
espalhando o amor, destruindo a maldade;
Flor eu sou a brisa, celebre a vida
no jardim dos versos.


Ely Monteiro
Imagem: Google

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Escrevo-me



Derramo-me junto às linhas,
ao escrever-me quero ser tudo
quero ser nada...
Sou nas linhas tinta e caneta,

sou gata, sou fada, sou bruxuleante;
sou asas de águia, sou tocante,
sou canto do uirapuru;
sou chuva, água, fogo e vento.

Sou lembrança e sou pensamento,
sou chuva e sou sol, sou musa em devaneios;
sou brilho em arrebol,
sou história inventada  ou real

de autor desconhecido...
Sou  ruído de algum sorriso,
Sou ventania, lua e mar, sou o brilho do cometa;
escrevo-me em rabiscos no infinito...

Sou tinta, sou tela,
sou orquídea amarela,
sou livro em algum canto, sou poesia e sou romance;
sou mulher que descalça corre pelas

trilhas dos jardim de flores e versos
e voo  pelo universo, sou poesia... Eu sou.
Sou açucena, a flor singela morena que ao derramar-se nas linhas
com estilo normal me elevo ao sobrenatural e, então...

Escrevo-me.



Ely Monteiro
Imagem: Google

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Versos da Alma



E junto da tarde que cai,caiu poesia
elevando-me nas alturas.
Toquei as nuvens com ternura
e assim num doce toque.
Derramei versos da alma!



Ely Monteiro
Imagem Google

domingo, 23 de novembro de 2014

O Sol e o Mar



E quando o sol olhou o mar
se despedindo o abraçou, com seus reflexos
entrelaçados dançaram no balanço das ondas;
Estremeceram-se
e, o mar cantou ao sol uma melodia de calmaria
e, o sol prometeu todos os dias sobre ele navegar;
o sol prometeu seu brilho ao mar levar
e, o mar se agitou com a promessa fazendo festa,
cantando ao sol uma melodia de calmaria...
E todos os dias bailaram sobre os reflexos de luz sobre as ondas.


Ely Monteiro
Imagem: Google

Querido Diário



Querido diário, hoje lembrei que te esqueci
em algum lugar na gaveta.
Junto a ti foram trancadas um milhão de palavras,
guardião dos meus versos, às vezes inversos;
complexos, intensos, melancólicos tormentos.
Ajuntei-me e espalhei-me
em cada página virada,
nos medos, na ansiedade das madrugadas.
Confidente e presente, caderno de adolescente;
às vezes dormitava debruçada,
sobre ti minha alma descansava
e, quando do mundo eu me ausentava
corria para ti, meu terapeuta silencioso;
escrever nas linhas das tuas páginas
era química perfeita, meu ritual;
então meu espírito e teu espírito
banhavam-se em chuva de palavras.


Ely Monteiro
Imagem: Google

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Jardim de Flores e Versos



A poesia chegou como um pássaro e me prendeu feito laço.
Me abrigou sobre as suas asas,
levou -me para o jardim de flores e versos.
Onde sobrevoamos juntas
sobre a essência do perfume das flores.
Sobre a beleza da infinidade de palavras;
desde então metade de mim é poesia!

Ely Monteiro
Imagem Google

Lembrança de Bailarina Criança



Lembrei-me de quando era criança e da sapatilha de ponta,
meu mundo ilumina.
Nas pontas dos pés, entre gestos e piruetas,
entregava-me à dança.
Feito bailarina na caixinha de música,
lembro-me da infância...
Da sapatilha de ponta guardo doces lembranças.

Ely Monteiro
Imagem Google

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A Dama da Poesia de Rubi



Sobre o candelabro ouro velho, a vela acesa espalhava pelo cômodo da casa a essência perfumada,
O vento que soprava entrava pela fresta da janela, declarando calmaria daquela noite.
Eis que passos apressados ouvem-se, batidas na janela acordando quem dorme,
os cabelos bagunçados são presos na altura da nuca
e sonolenta ela segue até a porta...
Ao abrir depara-se com uma dama com vestido em tom carmim,
seus olhos brilhavam feito rubis...
Estendeu um pergaminho na mão e uma caneta de mil tons,
 Dizendo: - Mocinha escreva,
sou a poesia, vim te visitar, escreva do amor que vou lhe ditar,
fale também sobre os mistérios celestes e junto a eles escreva uma prece;
seja breve, se apresse querida, pois vou visitar poetas e poetisas...
E saindo depressa em um redemoinho aquela mulher seguiu seus mil destinos,
foi ao encontro dos que em dias e noite escrevem no pergaminho com inspiração...
Dama encantada de vestido carmim, poesia infinita vestida de cetim;
palavras infinitas olhos de rubis.


Ely Monteiro
Imagem: Google

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Chuva de Meteoros



E sobre a luz da lua nua me banho,
força súbita em mim... Estranho;
o desejo de tocar os céus arrancou-me do chão
e eu me vi ali nas alturas.
Conversei com a lua e ela vestida com muito requinte entregou-me
nas mãos um convite e me disse:
- Hoje o céu está em festa, novembro é o mês de chuvas de meteoros,
se vista menina e, estendeu-me um vestido branco que reluzia feito diamante,
prendeu um balanço no firmamento e me ofereceu para sentar
e, eu mal podia acreditar, seria miragem ou alucinação?
A lua empurrou-me até o balanço e eu sentando-me obedeci à lua que não parava de sorrir
e, para meu espanto as horas lá passaram depressa  e a lua disse: - É hora da festa!
O firmamento todo iluminado com a chuva de meteoros, lugar encantado;
ouvi tocando uma música celeste e os planetas girando pelo universo,
a lua cantava ópera e as estrelas eram um coral que acompanhava a lua num ritmo fenomenal,
a lua então me olhou sorrindo: - É hora de ir para casa, vamos todos partindo;
desamarrou o balanço do firmamento e, eu perturbei-me na dúvida se ia cair,
a lua acenou dizendo: -  Vá para casa! - E mandou um querubim me trazer sobre suas asas.
Na madrugada de dezoito de novembro, acordei no meu quarto num sobressalto, abri as janelas então, chuva de meteoros e convite na mão.
Eu fui convidada para a festa dos que sonham, onde tudo pode ser real; para aqueles que acreditam que é possível voar mesmo não tendo asas.


Ely Monteiro
Imagem: Google

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Libélula



Lagos límpidos,
lampejos, luz,
loucos lábios lentos,
linguagens líricas, lacunas lendárias, lua luzente;
linhas
descrevem a transmutação do lago, ovos que flutuam, sobre eles caem brisa;
passam ali dias e noites sobre o cuidado da mãe natureza, embalados todos os dias são nos seus ternos braços;
ninfa aquática alienígena das águas, fica ali em estado de feiura, mergulhando com ternura,
se arrastando do lago doce para o caule, logo vai de uma árvore perto dela abrigar-se, vai
e, os que passam por ela sentem pavor, pois, seu corpo adulto causa horror;
fica imóvel sem querer se alimentar, nessa fase a pobrezinha deve estar em depressão
feito presa em um porão;
agarrada a este caule em solidão e sofrimento, em plena metamorfose;
passam dias, passam noites e imóvel está lá a criatura esquisita;
dias e noites vão e vem...
E, aquela criatura que no caule estava seca, deixa o corpo de alienígena,
liberta-se da prisão e mostra-se ao mundo, feito bailarina voa... Voa e gira, gira;
batendo suas asas bailarinas, leveza e beleza no lago doce...
Libélula cor de vinho suas asas brilham feito lantejoulas, na cabeça tens coroa,
com graça dispara feito luz, e, aos que te contemplam leva sorte renovação...
Beleza que seduz.


Ely Monteiro
Imagem: David Chambon

A Mulher na Janela III



E eu debruçada na janela vi o bebê que nascia,
a criança que ao dar os primeiros passos caia,
a menina que tinha medo da noite
que brincava, cantava e amava doces;
eu da janela vi a menina virar adolescente,
a se olhar no espelho,
 a chorar pelas transformações do seu corpo;
Eu da janela vi a mocinha na escola fugindo das brigas,
colecionando papéis de carta, escrevendo versinhos de amor;
eu da janela vi a menina moça dormindo abraçada com o diário,
sonhando com flores, com contos de fada;
eu da janela vi a moça de singela beleza tornar-se mulher, sentir dores e derramar lágrimas,
ficar inquieta, passar noites acordadas.

Eu da janela a vi sofrendo preconceitos e descriminações
quando quis ser ela por própria opção;
eu da janela vi a mulher como pássaro que canta triste na gaiola.

Eu da janela vi a mulher que tirava uma chave do bolso,
a mulher que saia de um calabouço,
saindo da prisão interior
sorrindo acenando para mim.

Eu da janela vi a mulher indo por uma estrada de árvores coloridas
onde seus pés não tocavam o chão, às vezes abaixava para tocar as flores do caminho com as mãos;
jogando do alto sementes ao chão,
levando com ela folhas onde havia escrito mil palavras.
Eu da janela vi a mulher cantar um doce canto, debrucei na janela, me esforcei para vê-la
Mas, já ia longe
e, quando pensei em fechar às cortinas a mulher sorriu e de longe acenou para mim.


Ely Monteiro
Imagem: Julius Leblanc Stewart

domingo, 16 de novembro de 2014

Vestida de Você



E de todos os meus vestidos, o mais bonito é este que você me veste quando me olhas
e, o meu perfume de essência mais doce é esse extraído do teu abraço que me prende feito laço
e, o meu batom de tom mais vibrante é esse tom de emoções e sabores que sinto quando seus lábios quentes unem-se aos meus
e, o melhor par de sapatos é quando você coloca os meus pés em cima dos seus e me rodopia, dançando uma valsa, bailando comigo, colando seu corpo junto ao meu.
 E a música que eu mais gosto é aquela que você canta oscilando a voz, às vezes grave, às vezes rouca
e, a tatuagem feita é esse amor tatuado no peito que é reciproco e perfeito
e, as poesias são escritas por mim e por ti, junto às folhas, debruçados, então derramamos coração e alma
ao som de rock, MPB, poesia e amor... Eu e você.


Ely Monteiro
Imagem: Lordache-Levay

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Semente em Transmutação



Eu era semente que debaixo da terra foi sufocada,
pelos pés fui pisada...
Eu era semente no escuro esperando, eu juro;
pela chuva de esperança, eu era a semente que na solidão às vezes dançava, sozinha baixinho chorava,
gemia, queria ver o raiar do dia...
Eu era semente debaixo da terra enterrada sonhando com luz
querendo mostrar-me ao dia, querendo sentir o vento, abandonar o sofrimento...
No cair de uma noite de chuva, relâmpagos e ventos vieram do norte,
assustaram-me, me tornei forte, briguei com a terra, desafiei a morte...
Na noite de tempestade tomei coragem, a terra não mais me sufocou; de um rebento debaixo da terra saltei, deixei de ser semente...  Virei flor!


Ely Monteiro
Imagem: Google

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Beija-Flor



Beija-flor vem de mansinho festejar o versejar em flor,
vem beija-flor, sou açucena, a flor morena que no jardim brotou,
vem beija -flor em dias e noites extrair o néctar sem pressa entre juras e promessas,
sentir o perfume doce, sagrado e imaculado, vem que te cubro de amor.
Vem beija-flor, baila comigo, me leva para os céus e nas alturas, sussurra com ternura,
Vem beija-flor, vamos visitar as estrelas e tocar a lua;
Vem beija-flor, sou flor açucena, tua flor morena que te envolve em néctar...  Beija-me depressa.
Vem beija-flor, faremos festa, bailaremos sem pressa em meio aos versos e poesias; dançaremos a valsa de eternos enamorados.
Vem beija-flor, vem de mansinho festejar o versejar de amor.


Ely Monteiro
Imagem: Google

Reflexos de Mim



A minha imagem no espelho lembrou os antigos desesperos e tormentos,
lembrou-se dos reflexos do passado quando carregava amarguras e feridas,
contradições da vida, noites de sonos perdidas, reflexos de marcas doloridas.
A minha imagem relembrou de quando eu me importava com a opinião alheia
e, de como eu fiquei feia no interior de mim.
A minha imagem me fez lembrar-se de quanto às palavras lançadas me afetavam
e, quanta amargura gerava na minha existência de quando olhava labirintos
e, sem saber a saída me perdi.
A minha imagem hoje sorrindo festejou minha existência, e não vivo só de aparências, ela reflete o que tenho na essência;
reflexos no espelho sem amarguras, pois o amor foi à cura que desatou minhas ataduras.


Ely Monteiro
Imagem: Google

domingo, 2 de novembro de 2014

O Anjo-Menino de Aquarela e Poesia



Hoje dia de sorte encontrei anjo menino
entre folhas e aquarelas, palavras escritas, mãos que rabiscam.
Como posso expressar tamanha admiração?
Tenho mesmo brilho no olhar, descobri um mundo tão puro...
Oh sim! Eu juro, me perdi num mundo de encantos,
recito agora um poema e um novo canto, cores de vários tons entre super-heróis e princesas,
minha cabeça festeja hoje o menino de mãos celestes.
Apareceu derramando versos, colorindo as dores, pintando de mil cores,
toda felicidade é minha, me trouxe de volta a infância e posso viajar como criança,
caminho por uma trilha que leva a uma estrada de chão
as nuvens são de algodão, árvores de compotas já feitas,
jardim de caramelos, canteiros de brigadeiros e flores de pipocas doces perfeitas
e, entre as criaturas desenhadas com guache no papel me vejo
e, sobre o chão de arco-íris sigo o menino que está lá num canto, entre telas, pincéis e tintas e eu me aproximo, então entre rimas, notas e canção faço a ele um pedido: - menino transforme-me em desenho ou livro, me faça livre entre mil cores.

Ely Monteiro
Imagem: Fundação Pestalozzi, Desfile Primaveril, 1934, Desenho em aquarela de um menino de 12 anos, Suiça.